Por que é tão difícil proteger e preservar o patrimônio arquitetônico brasileiro? | Arquitetura


No caso da “Igreja de Ouro” (cujos ornamentos são revestidos com o metal precioso), tombada pelo Iphan desde 1938, os problemas vinham de longa data. Segundo o frei Lorrane Clementino, vigário do convento, há 30 anos a igreja solicita ao órgão a realização de um projeto de reforma dos prédios. “Não somos técnicos e não podemos fazer nada além de pequenos reparos sem a aprovação do Iphan, com quem mantemos boa relação, mas lamentamos a lentidão nos processos e a burocracia”, desabafa. No final de 2023, o instituto chegou a contratar por licitação – no valor de 1,2 milhão de reais – o escritório de arquitetura e engenharia Solé Associados, de Porto Alegre, para desenvolver um plano completo de restauração do complexo. “Estávamos em fase avançada do projeto quando o acidente ocorreu e, agora, como o escopo mudou completamente, nem sei dizer se será possível manter o contrato”, diz a arquiteta Antonela Petrucci Solé, diretora-executiva da empresa, em compasso de espera por um retorno do Iphan – que, por ora, escalou outra companhia para obras emergenciais no valor de 1,3 milhão de reais. Em 3 de fevereiro, antevéspera do desabamento, a igreja alertou o Iphan sobre uma dilatação no forro do teto e pediu uma vistoria, agendada para o dia 6, data seguinte da tragédia. Resultado: patrimônio degradado sem previsão de reabertura e uma ferida que parece aumentar a cada dia, com outras seis igrejas e dois imóveis residenciais interditados na cidade por riscos estruturais (durante uma força-tarefa do Iphan com a Defesa Civil local, a Codesal, que dias depois do desastre vistoriou 114 imóveis tombados), além de 287 bens classificados pela Codesal como de risco alto ou muito alto de desabamento ou incêndio.



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