Os caixilhos foram mantidos, uma pintura equivalente à da época foi aplicada, os ornamentos que haviam se perdido, como balaústres e boiseries, foram resgatados – uma pesquisa minuciosa, de quem se interessa pelo antigo. “Um esforço coletivo e baseado em muita parceria com os clientes, construtores e restauradores resultou em algo muito além do material: é também a garantia de que a história da Urca está sendo mantida”, pontua Hess. As arquitetas Roberta Alecrim e Pia Quagliato assinam o projeto ao lado dele, com renovações que trouxeram a quase centenária residência ao presente. Assim, foi possível inserir o sistema de ar condicionado central, a laje na cobertura com chuveirão e ainda um novo bloco no terreno, com fachada de cobogó. “Foi uma oportunidade de cuidar do patrimônio como achamos que ele deve ser tratado: com respeito, pesquisa, seriedade e carinho. O desafio ia muito além de adaptar uma casa de quase 100 anos aos dias atuais. A maior preocupação foi resgatar suas características originais, como o telhado que havia sido demolido, e marcar as intervenções contemporâneas com elementos que dialogassem com a época, como o cobogó”, detalha Pia.